Autor: Cláudio Domingos
Todo comportamento tem uma intenção positiva,
tudo que fazemos tem como objetivo satisfazer alguma
necessidade. Enquanto vive, o ser humano está
sempre procurando satisfazer as suas necessidades. Por
outro lado, o ser humano evolui em linhas e níveis,
de tal forma que todas as pessoas têm basicamente
as mesmas necessidades, porém não na mesma
intensidade, nem a mesma prioridade. Todo indivíduo
tem necessidade de se alimentar, porém, para
a pessoa que possui uma fortuna de um bilhão
de dólares, essas necessidades fisiológicas
primárias já estão totalmente satisfeitas,
o que não impede esse indivíduo de ser
incompleto em outras áreas da vida.
Maslow desenvolveu uma teoria onde classifica as necessidades
em uma ordem hierárquica das inferiores para
as superiores.
Pirâmide de Maslow 
Maslow afirma que no processo de desenvolvimento,
o indivíduo só pode satisfazer uma necessidade
do nível superior após satisfazer plenamente
todas as necessidades do nível inferior. Satisfeitas
as necessidades do nível inferior, o indivíduo
pode dedicar-se a satisfazer as necessidades superiores.
Entretanto, mesmo depois de satisfazer todas as necessidades
de determinado nível, o indivíduo pode,
ser privado de alguma dessas necessidades, sendo obrigado
a descer ao nível de baixo até conseguir
satisfazê-la novamente.
Quando o indivíduo não consegue adiar
a gratificação imediata, a necessidade
torna-se obsessão. É o caso da necessidade
de sexo. A pessoa enxerga o outro como único
meio de satisfazer a sua necessidade fisiológica
de prazer. Não sendo correspondido, e não
conseguindo adiar a gratificação imediata,
a necessidade do nível inferior pressiona aquelas
do nível acima, comprometendo a sensação
de segurança, criando a falsa sensação
de que não consegue se relacionar com uma pessoa
do sexo oposto, o que pode afetar a auto-estima, auto-respeito,
auto-realização. Nesses casos o self desenvolve
adaptações para ajudar o indivíduo
a lidar com a situação. O self pode desenvolver
a vitimização aprendida e transferir esse
caso isolado para as outras áreas da vida. Quando
o indivíduo coloca-se como vítima da vida
e das circunstâncias, desenvolve exigências
irracionais (Albert Ellis), que invariavelmente, evoluem
para crenças irracionais, transferindo o uma
necessidade primária em uma questão de
vida ou morte do tipo “ eu não posso viver
sem ele”.
Outras necessidades primárias que precisam ser
saciadas são as necessidades de comer, beber,
e necessidade de proteção contra o perigo
ou privação. Mesmo o indivíduo
que tem o suficiente para se alimentar todos os dias,
pensa no futuro, quando não tiver mais condições
de trabalhar, uma aposentadoria, uma casa própria.
E quando não consegue desenvolver a criatividade
para antecipar essas necessidades, elas novamente pressionam
aquelas dos níveis superiores, criando novamente
o ciclo vicioso, onde o indivíduo vai acabar
desenvolvendo as crenças irracionais citadas
acima.
“para os milhões de pessoas que têm
de passar com duas refeições por dia,
Deus só se atreve a aparecer como alimento”.
Gandhi.
“Em psicologia, é fato provado que a frustração
gera agressão. No relacionamento interpessoal
esse é um dado a que se deve ficar atento. Um
trabalhador que enfrenta doenças na família
ou que não pode suprir o seu lar das necessidades
básicas de sobrevivência, certamente viverá
em constante frustração. Esse indivíduo
terá maior resistência a mudanças
de técnica de trabalho, por exemplo, menos companheirismo,
mais egocentrismo e mais agressividade. Seguindo esse
critério, as relações humanas devem
ser estabelecidas respeitando os princípios das
necessidades humanas.”
Em qualquer circunstância, a capacidade de adiar
a gratificação imediata, sem usar adaptações
de repressão, mas procurar alternativas inteligentes
para satisfazer essas necessidades, é um meio
eficiente de ajudar o indivíduo a lidar com essas
carências. À medida que começa a
encontrar alternativas, - adaptações maduras
– o indivíduo se liberta e compreende que
não depende de uma pessoa, ou circunstância
específica para ser feliz.
Quando compreende que qualquer evento está limitado
pelos três P’s: “penetração,
permanência e personalização”,
o indivíduo sabe que um evento não “tem
que” penetrar todas as áreas da sua vida,
não “tem que” durar para sempre e
não “tem que” afetar a sua auto-imagem,
seu senso de identidade. O indivíduo livre sabe
que ele sempre tem o poder de escolher. Só é
possível escolher quando se criam opções.
Quando se tem uma única opção,
não há escolhas, duas opções
são um dilema, três ou mais opções
são uma escolha. Poder escolher é poder
de verdade. E poder escolher é ser livre, é
transcender e alcançar a plenitude do desenvolvimento.
“Se você se contentar com menos do que pode
ser, será infeliz pelo resto da vida” (Abraham
Maslow).
Claudio Domingos
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