Autor: Cláudio Domingos
Outro dia em uma reunião de coaching com um
cliente de uma grande organização, o assunto
do dia era “Princípio e Valores”.
Estávamos falando sobre a importância dos
princípios e valores dentro das organizações,
como fornecem o norte, o caminho a ser seguido pelo
líder, gestor, gerente, diretor, CEO. Sobre como
os princípios são determinantes e indispensáveis
na hora da tomada de grandes decisões; como ajudam
a definir as atividades fins da empresa e ajudam o CEO
a manter o foco no que é realmente importante,
evitando prejuízos financeiros para a empresa,
eliminando a perda de energia mental e emocional que
se gasta ao se investir em um novo ramo de atividade
que oferece lucro a curto prazo, mas pode reverte-se
em pesadelo a médio e longo prazos.
Nesse instante o meu cliente perguntou: “E o crime
perfeito? Você é fiscal de alfândega
e consegue interceptar um grande contrabando. Você
está sozinho com o infrator. Não há
testemunhas. Ele te oferece uma alta soma de dinheiro
que vai te deixar rico pela vida toda. Você nunca
mais vai precisar trabalhar para ninguém. É
somente você e o infrator, ninguém nunca
vai saber de nada. O que fazer: seguir os princípios
ou pegar essa oportunidade? ”Naturalmente, a resposta
do próprio cliente a esse questionamento, à
medida que aprofundamos a discussão foi: “A
pessoa que tem princípios nem tem tempo a perder
com esse tipo de tentações.” Princípios
são princípios. Princípios e valores
são fundamentais em momentos em que a pessoa
se pergunta:
- Será que vale a pena seguir os meus
princípios mesmo que demore anos para colher
resultados que posso colher AGORA se utilizar
o “jeitinho”?
- Será que vale a pena ser honesto?
- Será que vale a pena falar a verdade
mesmo sobre o risco de prejuízos financeiros?
- Será que vale a pena dedicar anos da
vida aos estudos e trabalho duro para colher
resultados que os desonestos colhem diariamente?
- Será que vale a pena dirigir uma “Brasília
Amarela”, por ser honesto, enquanto os Marcos
Valérios, Dudas Mendonça, Robertos Jefferson,
Josés Dirceu, Nicolaus Lalau da vida
acumulam fortuna da noite pro dia, sabe Deus como?
- Será que vale a pena ser justo, ético,
dedicado e íntegro?
- Será que vale a pena deixar passar
a oportunidade de um crime perfeito que vai me deixar
rico, com a chance de conhecer os melhores lugares
do mundo, comprar os melhores carros, morar
na casa dos meus sonhos e garantir uma aposentadoria
vitalícia ainda na flor da idade?
- Como diz o poeta: “Tudo vale a pena,
quando a alma não é pequena”.
Além do mais, se pararmos para pensar, não
existe crime perfeito. Se fosse perfeito não
seria crime. Tudo o que é perfeito é belo,
é divino. As coisas perfeitas não nos
ameaçam tirar o sono, a não ser para cantar
de felicidade, e dançar de alegria e êxtase.
Todos os nomes citados acima acreditavam que estavam
cometendo um crime perfeito, e deu no que deu.
Muitos justificam a perpetuação da imoralidade
e improbidade alegando que essas pessoas jamais pagaram
nem pagarão pelos seus crimes. A imprensa faz
um grande alarde, A VIDA DELES VIRA UM INFERNO, mas
no final TUDO ACABA EM PIZZA.
Demoramos uma vida toda para construir nossa reputação,
mas basta um único episódio dessa natureza
para tudo ser destruído. Mesmo que tudo acabe
em pizza, o desonesto sabe que nunca mais será
chamado de DOUTOR FULANO pelo porteiro do prédio
sem uma pinta de ironia. Saber que quem está
te chamando de doutor, pode estar pensando em outros
adjetivos e substantivos para te descrever, como: ladrão,
pilantra, sem vergonha, canalha, desavergonhado, infeliz,
maldito, é um alto preço a pagar para
quem tem princípios.
Vamos avaliar como ficou a vida do Nicolau Lalau depois
que foi descoberto o seu esquema de desvio de dinheiro
público. Um Juiz como ele, pessoa influente,
respeitado por todos, passar por todo aquele constrangimento.
A filha dele passando fome porque não tinha dinheiro
nem para comprar comida depois que os bens da família
foram bloqueados. Sem mencionar as humilhações
que toda a família passou ao ser chamada de filha
do lalau, esposa do lalau.
Ele mesmo, que esbanjava saúde, sorrisos e vitalidade
nas reportagens exibidas no programa Globo Repórter,
adoeceu, foi preso, passou a viver uma vida muito infeliz.
Em resumo, sua vida virou um inferno.
Quem lembra do policial federal que matou o Armador
Grego para ficar com o dinheiro que ele trazia. O nome
dele É José Carlos, e cumpriu mais de
vinte anos de cadeia, sem guardar um único centavo,
além de ser expulso da Polícia Federal.
Crime perfeito... Nada que é perfeito se chama
crime.
A pessoa de princípios sabe que mais cedo ou
mais tarde vai conseguir realizar os seus sonhos, alcançar
suas metas e ultrapassar todos os limites que ela estabelecer
par si. E o mais importante de tudo, sempre dormirá
tranqüila, pois sabe que não está
cercada de inimigos e não está preocupada
com o momento em que os seus crimes serão descobertos.
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