A HIERARQUIA DAS NECESSIDADES DE MASLOW

Todo comportamento tem uma intenção positiva, tudo que fazemos tem como objetivo satisfazer alguma necessidade. Enquanto vive, o ser humano está sempre procurando satisfazer as suas necessidades. Por outro lado, o ser humano evolui em linhas e níveis, de tal forma que todas as pessoas têm basicamente as mesmas necessidades, porém não na mesma intensidade, nem a mesma prioridade. Todo indivíduo tem necessidade de se alimentar, porém, para a pessoa que possui uma fortuna de um bilhão de dólares, essas necessidades fisiológicas primárias já estão totalmente satisfeitas, o que não impede esse indivíduo de ser incompleto em outras áreas da vida.

Maslow desenvolveu uma teoria onde classifica as necessidades em uma ordem hierárquica das inferiores para as superiores.

Pirâmide de Maslow

Maslow afirma que no processo de desenvolvimento, o indivíduo só pode satisfazer uma necessidade do nível superior após satisfazer plenamente todas as necessidades do nível inferior. Satisfeitas as necessidades do nível inferior, o indivíduo pode dedicar-se a satisfazer as necessidades superiores. Entretanto, mesmo depois de satisfazer todas as necessidades de determinado nível, o indivíduo pode, ser privado de alguma dessas necessidades, sendo obrigado a descer ao nível de baixo até conseguir satisfazê-la novamente.

Quando o indivíduo não consegue adiar a gratificação imediata, a necessidade torna-se obsessão. É o caso da necessidade de sexo. A pessoa enxerga o outro como único meio de satisfazer a sua necessidade fisiológica de prazer. Não sendo correspondido, e não conseguindo adiar a gratificação imediata, a necessidade do nível inferior pressiona aquelas do nível acima, comprometendo a sensação de segurança, criando a falsa sensação de que não consegue se relacionar com uma pessoa do sexo oposto, o que pode afetar a auto-estima, auto-respeito, auto-realização. Nesses casos o self desenvolve adaptações para ajudar o indivíduo a lidar com a situação. O self pode desenvolver a vitimização aprendida e transferir esse caso isolado para as outras áreas da vida. Quando o indivíduo coloca-se como vítima da vida e das circunstâncias, desenvolve exigências irracionais (Albert Ellis), que invariavelmente, evoluem para crenças irracionais, transferindo o uma necessidade primária em uma questão de vida ou morte do tipo “ eu não posso viver sem ele”.

Outras necessidades primárias que precisam ser saciadas são as necessidades de comer, beber, e necessidade de proteção contra o perigo ou privação. Mesmo o indivíduo que tem o suficiente para se alimentar todos os dias, pensa no futuro, quando não tiver mais condições de trabalhar, uma aposentadoria, uma casa própria. E quando não consegue desenvolver a criatividade para antecipar essas necessidades, elas novamente pressionam aquelas dos níveis superiores, criando novamente o ciclo vicioso, onde o indivíduo vai acabar desenvolvendo as crenças irracionais citadas acima.
“para os milhões de pessoas que têm de passar com duas refeições por dia, Deus só se atreve a aparecer como alimento”. Gandhi.

“Em psicologia, é fato provado que a frustração gera agressão. No relacionamento interpessoal esse é um dado a que se deve ficar atento. Um trabalhador que enfrenta doenças na família ou que não pode suprir o seu lar das necessidades básicas de sobrevivência, certamente viverá em constante frustração. Esse indivíduo terá maior resistência a mudanças de técnica de trabalho, por exemplo, menos companheirismo, mais egocentrismo e mais agressividade. Seguindo esse critério, as relações humanas devem ser estabelecidas respeitando os princípios das necessidades humanas.”

Em qualquer circunstância, a capacidade de adiar a gratificação imediata, sem usar adaptações de repressão, mas procurar alternativas inteligentes para satisfazer essas necessidades, é um meio eficiente de ajudar o indivíduo a lidar com essas carências. À medida que começa a encontrar alternativas, - adaptações maduras – o indivíduo se liberta e compreende que não depende de uma pessoa, ou circunstância específica para ser feliz. 

Quando compreende que qualquer evento está limitado pelos três P’s: “penetração, permanência e personalização”, o indivíduo sabe que um evento não “tem que” penetrar todas as áreas da sua vida, não “tem que” durar para sempre e não “tem que” afetar a sua auto-imagem, seu senso de identidade. O indivíduo livre sabe que ele sempre tem o poder de escolher. Só é possível escolher quando se criam opções. Quando se tem uma única opção, não há escolhas, duas opções são um dilema, três ou mais opções são uma escolha. Poder escolher é poder de verdade. E poder escolher é ser livre, é transcender e alcançar a plenitude do desenvolvimento. “Se você se contentar com menos do que pode ser, será infeliz pelo resto da vida” (Abraham Maslow).